Agricultura familiar 04-04-2024 | 9:02:00

Municípios do litoral gaúcho sofrem com ataques de mosquito-pólvora

Inseto se desenvolve em materiais orgânicos em decomposição, como caules de bananeira e esterco animal

Por: Redação RuralNews

São dez municípios, todos com valores médios acima de mil tonelada/ano, no triênio 2020/2022: Três Cachoeiras, Morrinhos do Sul, Mampituba, Terra de Areia, Dom Pedro de Alcântara, Três Forquilhas, Maquiné, Torres, Itati e OsórioO cultivo de bananas, a principal atividade econômica desses municípios, está relacionada com os ataques de um inimigo quase invisível que tem preocupado os moradores da região e ameaça colapsar o sistema de saúde de ao menos 11 cidades. A praga está sendo chamada popularmente de mosquito-pólvora, por ser tão pequena e de coloração preta.“
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Todo ano parece que está aumentando e ele está se alastrando mais”, disse ao portal G1 a secretária da Saúde de São Pedro de Alcântara, Janaína Schwank. “Nós não estamos mais aguentando. A população está em estado de calamidade, porque a gente não pode mais abrir uma casa, a gente não pode mais sair na rua”, reclamou o produtor rural Robis Behenck.O mosquito-pólvora, também conhecido como maruim, é uma espécie de inseto culicóide, transmissor de viroses. O inseto se reproduz principalmente nas plantações de banana, que existem em todos os municípios infestados no Estado.
Ações de controle populacional dos mosquitos-pólvora em bananais


A larva do inseto gosta de ambientes úmidos, como as folhas das bananeiras que ficam pelo chão, além do tronco das plantas. O inseto também se desenvolve em esterco animal e produção de hortaliças, entre outros ambientes.A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Defesa Vegetal, tem desenvolvido ações para mapear a infestação do mosquito-pólvora. “O litoral gaúcho, por ser uma região produtora de banana, tem sido afetado por uma infestação desse inseto que vem causando muito incômodo à população.

Trata-se de infestação significativa e fora do padrão normal, que vem ocorrendo na maioria dos municípios litorâneos”, explica o fiscal estadual agropecuário Alonso Duarte de Andrade.O profissional diz que a defesa agropecuária está avaliando quais fatores têm provocado a explosão populacional do mosquito-pólvora, verificando possibilidades como manejo incorreto, desequilíbrio ambiental ou mudança climática. “Por isso é importante implantarmos todas as ferramentas do manejo integrado, para que a gente não deixe essa população crescer desproporcionalmente e migrar para outras regiões do Estado”, complementa.

As ferramentas do manejo integrado de pragas, que vêm sendo utilizadas pela Seapi, envolvem os controles biológico, hormonal, comportamental, cultural e, caso necessário, o controle químico dos insetos. “O objetivo é impedir o uso indiscriminado de defensivos, o que reduziria os inimigos naturais dos mosquitos e aumentaria o desequilíbrio”, alerta Andrade.Reuniões com sindicatos - Nesta semana, os servidores da Seapi participaram de reunião com os presidentes dos sindicatos dos trabalhadores rurais de 19 municípios da região litorânea.

“Debatemos a situação atual e propusemos medidas em conjunto para orientar os produtores da região, incluindo ciclos de palestras que serão ministradas pela defesa agropecuária do Estado”, informa o fiscal.Dentre as medidas já adotadas pela Secretaria da Agricultura, destacam-se as parcerias com os escritórios locais da Emater/RS-Ascar e com a 18ª Coordenadoria da Saúde do Estado.

“A Emater tem auxiliado nas ações de controle populacional do mosquito. Já a Coordenadoria de Saúde se disponibilizou para trabalhos em conjunto com a Seapi, participando de palestras, entrevistas a rádios e jornais locais, além de envolver seus agentes de saúde para orientar e divulgar ações protetivas para as populações humanas afetadas”, conclui Andrade.



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Texto publicado originalmente em Notícias
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