Milho 29-09-2025 | 10:47:00

Mercado de defensivos para milho cai 7% e soma US$ 2,36 bi

Redução nos custos dos produtos e variação cambial influenciaram o recuo, enquanto área potencial tratada chegou a 386 milhões de hectares

Por: Redação RuralNews

De acordo com especialistas, a principal causa dessa queda foi a redução média de 13% nos custos dos produtos. Além disso, a desvalorização de cerca de 16% do real frente ao dólar também impactou o resultado.
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Por outro lado, fatores como a maior eficiência produtiva e o aumento da área cultivada ajudaram a reduzir parte dos impactos sobre o mercado total.
Mercado de defensivos para milho movimenta US$ 2,36 bilhões e registra mudanças importantes nas categorias de produtos. Foto: Canva


Expansão da área plantada e adoção tecnológica



Mesmo com a queda no faturamento, a área plantada cresceu 6% e alcançou 16,9 milhões de hectares nas principais regiões produtoras.

Segundo especialistas, o plantio mais cedo da soja, o mercado aquecido de etanol e o avanço das exportações favoreceram a expansão. Dessa forma, a adoção de tecnologias também cresceu 11% em comparação com 2024.

Consequentemente, a área potencial tratada (PAT) registrou um aumento expressivo de 24%, alcançando 386 milhões de hectares. Esse avanço mostra o uso mais intenso de produtos e misturas ao longo do ciclo.

Pressão de pragas e doenças eleva demanda



O avanço do manejo fitossanitário não aconteceu por acaso. Pelo contrário, ele foi impulsionado por uma forte pressão de pragas e doenças fúngicas.

Além disso, o controle de plantas daninhas específicas exigiu aplicações mais frequentes e complexas. Assim, o uso de defensivos cresceu em volume e também em variedade, alterando o comportamento do mercado.

Mudança no ranking de categorias



Os inseticidas foliares continuaram liderando o mercado. Eles representaram 38% das vendas, com movimentação de US$ 891 milhões, ante US$ 1,008 bilhão no ciclo anterior.

Enquanto isso, os fungicidas foliares alcançaram a segunda posição pela primeira vez, com 21% das transações e US$ 500 milhões movimentados.

Em contrapartida, os herbicidas perderam espaço. Eles ficaram com 20% do mercado e US$ 466 milhões em vendas, abaixo dos US$ 543 milhões do ano anterior.

Os produtos para tratamento de sementes movimentaram US$ 306 milhões, cerca de 13% do total. Por fim, nematicidas e outros itens corresponderam a 8% do mercado, somando US$ 195 milhões.

Produtos premium ganham espaço



O estudo também revelou aumento no uso de lagarticidas foliares, nematicidas e fungicidas premium. De forma geral, a adoção de nematicidas subiu de 33% para 44% da área cultivada.

Consequentemente, a área tratada atingiu 7,43 milhões de hectares. Os fungicidas premium representaram 49% dos investimentos em controle de doenças, movimentando US$ 245 milhões.

Além disso, a aplicação média aumentou de 33% para 51%, com cerca de 1,4 aplicação por ciclo. A área tratada com fungicidas stroby mix manteve a liderança, com 42% de participação e 7,098 milhões de hectares.

O uso de inseticidas para lagartas também subiu. Enquanto isso, o número médio de aplicações passou de 2,3 para 2,8por ciclo, e a participação no mercado cresceu de 20% para 31%.

No segmento de herbicidas, houve avanço nos subgrupos premium grass, que passaram de 23% para 28%, e nos de dessecação e amplo espectro, que subiram de 19% para 38%.

Mato Grosso lidera a produção



Entre os estados produtores, Mato Grosso manteve a liderança. O estado respondeu por 43% da área total, com cerca de 7,25 milhões de hectares.

Além disso, o Paraná registrou crescimento de 14%, chegando a 2,7 milhões de hectares e representando 16% do total. Goiás e Mato Grosso do Sul empataram com 13% cada, cerca de 2,21 milhões de hectares.

Por fim, Bahia, Mapitopa, Minas Gerais, São Paulo e Sergipe completaram os 15% restantes.

Metodologia do levantamento



O levantamento foi feito com base em 2,2 mil entrevistas com produtores rurais nas principais regiões produtoras de milho da segunda safra.

Dessa forma, o estudo mostra que, mesmo com a queda no faturamento, a adoção de tecnologias e a intensidade de uso de defensivos seguem em crescimento.

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Texto publicado originalmente em Destaque
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