Mapa apreende 21 toneladas de café irregular em Curitiba
Fiscalização em compras públicas identificou fraude, impurezas acima do limite legal e uso indevido de selo de qualidade
Por: Redação RuralNews
Durante a ação, os fiscais recolheram pacotes de 500 gramas de diferentes lotes. Um deles já possuía laudo conclusivo e foi classificado como impróprio para consumo. Os demais permanecem apreendidos até o fim das análises laboratoriais. Os exames apontaram teor de matérias estranhas e impurezas quatro vezes acima do limite de 1% previsto na Portaria SDA nº 570/2022.
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Além disso, outra fiscalização, realizada em uma compra pública da Região Metropolitana de Curitiba, identificou fraude por excesso de impurezas, três vezes acima do limite permitido. A equipe também constatou falhas na rotulagem, como a ausência da identificação da espécie do café e o uso indevido de selo de qualidade de entidade associativa. Dessa forma, a fiscalização caracterizou informação enganosa ao consumidor.
Em uma terceira ação, desta vez em um órgão público federal na capital paranaense, os fiscais apreenderam mais de 1.500 pacotes de café torrado e moído. Os laudos confirmaram fraude, com teor de impurezas superior a sete vezes o limite legal. Por isso, os produtos serão destinados à destruição.
Somente em 2025, as fiscalizações no Paraná já resultaram na apreensão de 40 toneladas de café torrado e moído, o equivalente a 80 mil pacotes de 500 gramas. Assim, a ação retirou do mercado cerca de 3,2 milhões de xícaras de café de baixa qualidade.
Esse trabalho é conduzido pelo Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (SIPOV-PR), que intensificou as ações para coibir fraudes e proteger o consumidor.
Desde a entrada em vigor da Portaria SDA nº 570/2022, o Mapa ampliou as fiscalizações em todo o país. No Paraná, entre 2023 e 2025, os fiscais realizaram 186 coletas de amostras, com 168 laudos laboratoriais concluídos. Desse total, 89 amostras, ou 53%, apresentaram excesso de matérias estranhas e impurezas.
Em alguns casos, o teor ultrapassou em até 21 vezes o limite legal. Ao todo, 107 empresas e 137 marcas passaram por fiscalização, sendo que mais da metade apresentou algum tipo de irregularidade.
A evolução dos dados reforça a gravidade do cenário. Em 2023, 50% das amostras apresentaram fraude. Em 2024, o índice caiu para 43%. Já em 2025, voltou a subir e atingiu 65%, indicando agravamento das inconformidades.
O Mapa esclarece que as coletas seguem critérios técnicos de risco. Entre eles estão denúncias formais, histórico de irregularidades e auditorias anteriores. Portanto, os dados não representam o mercado como um todo, mas indicam elevada probabilidade de fraude quando há indícios consistentes.
Após a confirmação das irregularidades em laboratório, o protocolo prevê auditorias nos estabelecimentos produtores. As ações podem incluir apreensão de matéria-prima, produtos acabados, embalagens e até a interdição das unidades. Em 2025, as fiscalizações já apreenderam mais de 80 toneladas de matéria-prima irregular no Paraná.
As ações identificaram que a principal origem das irregularidades está na baixa qualidade da matéria-prima. Algumas torrefadoras utilizam cascas, palhas e resíduos do beneficiamento do café, adquiridos de forma indevida, para compor o produto final.
Diante disso, o Mapa avança na revisão do padrão de identidade e qualidade do café cru em grãos, etapa anterior ao processamento industrial. O trabalho envolve governo, universidades, entidades do setor e a cadeia produtiva, com foco em fortalecer o controle e elevar a qualidade do café consumido no país.
Apesar das irregularidades identificadas, o Ministério reforça que o Paraná possui produtores reconhecidos nacionalmente pela alta qualidade do café. Segundo o chefe do SIPOV-PR, Fernando Augusto Mendes, as torrefadoras envolvidas em fraudes recebem autuações, multas e passam por auditorias detalhadas.
Essas ações seguem a Lei do Autocontrole, que atribui às empresas a responsabilidade pela qualidade da matéria-prima, do processo produtivo e do produto final. Por fim, o Mapa orienta que os consumidores observem a procedência do produto, confiram a rotulagem e desconfiem de preços muito abaixo da média. Denúncias podem ser registradas pelo canal oficial Fala.BR.
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Texto publicado originalmente em Destaques
Outras compras públicas também apresentam fraudes
Mapa intensifica fiscalização no Paraná e apreende 21 toneladas de café irregular em Curitiba. Foto: Ministério da Agricultura e Pecuária / Divulgação
Além disso, outra fiscalização, realizada em uma compra pública da Região Metropolitana de Curitiba, identificou fraude por excesso de impurezas, três vezes acima do limite permitido. A equipe também constatou falhas na rotulagem, como a ausência da identificação da espécie do café e o uso indevido de selo de qualidade de entidade associativa. Dessa forma, a fiscalização caracterizou informação enganosa ao consumidor.
Em uma terceira ação, desta vez em um órgão público federal na capital paranaense, os fiscais apreenderam mais de 1.500 pacotes de café torrado e moído. Os laudos confirmaram fraude, com teor de impurezas superior a sete vezes o limite legal. Por isso, os produtos serão destinados à destruição.
Apreensões somam 40 toneladas em 2025
Somente em 2025, as fiscalizações no Paraná já resultaram na apreensão de 40 toneladas de café torrado e moído, o equivalente a 80 mil pacotes de 500 gramas. Assim, a ação retirou do mercado cerca de 3,2 milhões de xícaras de café de baixa qualidade.
Esse trabalho é conduzido pelo Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (SIPOV-PR), que intensificou as ações para coibir fraudes e proteger o consumidor.
Alta taxa de irregularidades preocupa o Mapa
Desde a entrada em vigor da Portaria SDA nº 570/2022, o Mapa ampliou as fiscalizações em todo o país. No Paraná, entre 2023 e 2025, os fiscais realizaram 186 coletas de amostras, com 168 laudos laboratoriais concluídos. Desse total, 89 amostras, ou 53%, apresentaram excesso de matérias estranhas e impurezas.
Em alguns casos, o teor ultrapassou em até 21 vezes o limite legal. Ao todo, 107 empresas e 137 marcas passaram por fiscalização, sendo que mais da metade apresentou algum tipo de irregularidade.
A evolução dos dados reforça a gravidade do cenário. Em 2023, 50% das amostras apresentaram fraude. Em 2024, o índice caiu para 43%. Já em 2025, voltou a subir e atingiu 65%, indicando agravamento das inconformidades.
Critérios de risco orientam as fiscalizações
O Mapa esclarece que as coletas seguem critérios técnicos de risco. Entre eles estão denúncias formais, histórico de irregularidades e auditorias anteriores. Portanto, os dados não representam o mercado como um todo, mas indicam elevada probabilidade de fraude quando há indícios consistentes.
Após a confirmação das irregularidades em laboratório, o protocolo prevê auditorias nos estabelecimentos produtores. As ações podem incluir apreensão de matéria-prima, produtos acabados, embalagens e até a interdição das unidades. Em 2025, as fiscalizações já apreenderam mais de 80 toneladas de matéria-prima irregular no Paraná.
Origem das fraudes e revisão de normas
As ações identificaram que a principal origem das irregularidades está na baixa qualidade da matéria-prima. Algumas torrefadoras utilizam cascas, palhas e resíduos do beneficiamento do café, adquiridos de forma indevida, para compor o produto final.
Diante disso, o Mapa avança na revisão do padrão de identidade e qualidade do café cru em grãos, etapa anterior ao processamento industrial. O trabalho envolve governo, universidades, entidades do setor e a cadeia produtiva, com foco em fortalecer o controle e elevar a qualidade do café consumido no país.
Orientação ao consumidor e responsabilização das empresas
Apesar das irregularidades identificadas, o Ministério reforça que o Paraná possui produtores reconhecidos nacionalmente pela alta qualidade do café. Segundo o chefe do SIPOV-PR, Fernando Augusto Mendes, as torrefadoras envolvidas em fraudes recebem autuações, multas e passam por auditorias detalhadas.
Essas ações seguem a Lei do Autocontrole, que atribui às empresas a responsabilidade pela qualidade da matéria-prima, do processo produtivo e do produto final. Por fim, o Mapa orienta que os consumidores observem a procedência do produto, confiram a rotulagem e desconfiem de preços muito abaixo da média. Denúncias podem ser registradas pelo canal oficial Fala.BR.
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Texto publicado originalmente em Destaques
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