Petróleo 04-09-2025 | 9:32:00

Índia e China reforçam compras de petróleo russo apesar de tarifas dos EUA

Tarifas dos EUA reduziram o preço do petróleo Urals, incentivando Índia e China a ampliar compras

Por: Redação RuralNews

Impacto imediato das tarifas

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Logo após o anúncio, os diferenciais de entrega para Índia e China caíram, o que estimulou empresas chinesas a ampliar as compras de Urals para outubro. Já na Índia, as refinarias interromperam aquisições por um breve período, mas retomaram os negócios ainda em agosto. Isso ocorreu quando ficou claro que as tarifas não estavam diretamente ligadas às importações de petróleo russo.
Refinarias de Índia e China ampliam compras de Urals mesmo após tarifas dos EUA. Foto: Canva


Esse cenário gerou um efeito paradoxal: a ameaça tarifária acabou tornando o Urals mais barato para os indianos. O produto chegou a ser negociado com desconto de US$ 3,05 por barril em relação ao North Sea Dated, índice de referência da Argus, na base de entrega na Índia — o maior deságio em seis meses. Contudo, a diferença diminuiu após o retorno da demanda indiana, ficando em US$ 2,80 por barril.

Fluxo de embarques e efeitos regionais



Segundo dados da Vortexa, cerca de 1,5 milhão de barris por dia de petróleo russo devem ter como destino a Índia em agosto. A expectativa é de que os embarques permaneçam estáveis em setembro.

Na China, as estatais lideram as aquisições, já que o Urals é o petróleo medium sour mais barato disponível. As companhias não acreditam que sofrerão sanções por esse comércio. Assim, aumentaram as compras do produto russo e reduziram as de petróleo da Arábia Saudita para outubro.

É importante destacar que o Urals não concorre diretamente com o petróleo leve iraniano no mercado chinês. Isso porque o óleo do Irã, altamente sancionado, abastece apenas pequenas refinarias independentes no país.

Perspectivas para os próximos meses



Com a Índia de volta ao mercado, a oferta de Urals para a China tende a ficar mais restrita. Já em novembro, as empresas chinesas poderão ter de pagar mais caro pelo produto, já que o diferencial de entrega subiu para US$ 2 por barril acima do Ice Brent, refletindo a necessidade de competir com a forte demanda indiana.

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