Feijão 1ª safra avança no RS, mas estiagem já deixa perdas
Semeadura avança nas principais regiões, mas estiagem já provoca perdas na produtividade e na qualidade dos grãos
Por: Redação RuralNews
Segundo o Informativo Conjuntural, as chuvas registradas no dia 8 de dezembro recompuseram parcialmente a umidade do solo. Como resultado, as condições das lavouras melhoraram. Além disso, o déficit hídrico das pastagens diminuiu. No entanto, a estiagem prolongada já provocou perdas irreversíveis no feijão 1ª safra. A produtividade média caiu para 1.779 kg por hectare, com impacto direto na qualidade dos grãos.
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As adversidades climáticas causaram abortamento de flores e queda de vagens em formação. Esse efeito foi mais intenso em lavouras que ingressavam na fase reprodutiva. Apesar disso, o cenário fitossanitário permanece satisfatório. Por outro lado, o período seco favoreceu a incidência de ácaros em áreas pontuais, exigindo controle químico. Dessa forma, a safra ainda apresenta risco de perdas significativas.
Na região de Soledade, as chuvas não conseguiram reverter os danos provocados pelo período seco aliado às altas temperaturas. As perdas ainda não foram quantificadas. No entanto, concentram-se principalmente em áreas com solos rasos e compactados. Em relação ao desenvolvimento, 10% das lavouras estão em fase vegetativa. Outros 30% avançam entre florescimento e formação de vagens. Além disso, 50% estão em enchimento de grãos, enquanto 10% já entraram em maturação.
Em Santa Maria, cerca de 80% das lavouras de feijão encontram-se na fase reprodutiva. Além disso, aproximadamente 15% da área já foi colhida. Nessa região, o rendimento médio é estimado em 1.414 kg por hectare.
O retorno das chuvas na primeira quinzena de dezembro favoreceu a germinação das áreas recém-semeadas. Além disso, reduziu a necessidade de banhos iniciais. As precipitações também recompuseram mananciais, reservatórios e cursos hídricos. Com isso, a disponibilidade de água passou a atender melhor a condução da safra. A Emater/RS-Ascar estima produtividade média de 8.752 kg por hectare.
De modo geral, as lavouras apresentam bom estande e crescimento inicial uniforme. Ainda assim, chuvas excessivas causaram alagamentos pontuais e danos em taipas, exigindo reparos.
Além disso, as precipitações favoreceram a recuperação fisiológica das áreas implantadas em outubro e novembro, que vinham sob estresse hídrico. O escalonamento do plantio, provocado pela falta de chuvas anteriores, passou a ser avaliado como fator de redução de risco produtivo. Isso ocorre diante da possibilidade de estiagens associadas ao fenômeno La Niña.
Por outro lado, as chuvas recentes recompuseram a umidade do solo. Com isso, áreas fora do pico reprodutivo retomaram o crescimento vegetativo. Atualmente, 90% dos 785.030 hectares projetados estão semeados. A produtividade média é estimada em 7.370 kg por hectare.
As lavouras semeadas mais cedo já iniciaram a colheita. A área destinada à cultura deve alcançar 366.067 hectares. A produtividade estimada é de 38.338 kg por hectare. Na região de Erechim, toda a área está plantada. Desse total, 95% das lavouras estão em início de pendoamento e espigamento. Além disso, os produtores ampliaram o uso de adubação orgânica, reduzindo insumos químicos.
Da mesma forma, as pastagens cultivadas responderam positivamente. Os produtores retomaram tanto o crescimento das forrageiras já implantadas quanto as novas implantações. Além disso, áreas implantadas mais tardiamente receberam adubação NPK e tendem a apresentar bom desempenho para pastejo, feno e produção de sementes.
Nos dias mais quentes, os animais concentram o pastejo nas primeiras horas da manhã e no final da tarde. Durante o pico de calor, permanecem em repouso e ruminação, preferencialmente à sombra. No mercado, a demanda por animais terminados segue aquecida, impulsionada pelo aumento do consumo de cortes de maior valor agregado.
Além disso, intensificam ações preventivas contra endo e ectoparasitas e realizam a tosquia como medida de bem-estar animal. A proximidade das festas de fim de ano aqueceu a comercialização. Como resultado, a menor oferta de animais elevou a demanda para abate e contribuiu para o aumento da renda nas propriedades.
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Texto publicado originalmente em Capa
As adversidades climáticas causaram abortamento de flores e queda de vagens em formação. Esse efeito foi mais intenso em lavouras que ingressavam na fase reprodutiva. Apesar disso, o cenário fitossanitário permanece satisfatório. Por outro lado, o período seco favoreceu a incidência de ácaros em áreas pontuais, exigindo controle químico. Dessa forma, a safra ainda apresenta risco de perdas significativas.
Feijão 1ª safra no RS enfrenta desafios climáticos nesta etapa da safra. Foto: Cleuza Brutti / Emater / RS-Ascar
Feijão
Na região administrativa de Pelotas, os produtores retomaram os plantios escalonados destinados ao autoconsumo. As lavouras exibem grande variação nos estádios fenológicos. Atualmente, 41% estão em fase vegetativa. Outros 26% encontram-se em florescimento. Além disso, 27% estão em enchimento de grãos. Já 5% atingiram a maturação, enquanto 1% da área foi colhida.Na região de Soledade, as chuvas não conseguiram reverter os danos provocados pelo período seco aliado às altas temperaturas. As perdas ainda não foram quantificadas. No entanto, concentram-se principalmente em áreas com solos rasos e compactados. Em relação ao desenvolvimento, 10% das lavouras estão em fase vegetativa. Outros 30% avançam entre florescimento e formação de vagens. Além disso, 50% estão em enchimento de grãos, enquanto 10% já entraram em maturação.
Em Santa Maria, cerca de 80% das lavouras de feijão encontram-se na fase reprodutiva. Além disso, aproximadamente 15% da área já foi colhida. Nessa região, o rendimento médio é estimado em 1.414 kg por hectare.
Arroz
A semeadura do arroz também se aproxima do fim no Estado. Atualmente, menos de 5% da área projetada pelo Instituto Riograndense do Arroz ainda aguarda plantio. Ao todo, a projeção é de 920.081 hectares.O retorno das chuvas na primeira quinzena de dezembro favoreceu a germinação das áreas recém-semeadas. Além disso, reduziu a necessidade de banhos iniciais. As precipitações também recompuseram mananciais, reservatórios e cursos hídricos. Com isso, a disponibilidade de água passou a atender melhor a condução da safra. A Emater/RS-Ascar estima produtividade média de 8.752 kg por hectare.
De modo geral, as lavouras apresentam bom estande e crescimento inicial uniforme. Ainda assim, chuvas excessivas causaram alagamentos pontuais e danos em taipas, exigindo reparos.
Soja
A regularização das chuvas permitiu a retomada da semeadura da soja. Em todo o Estado, o plantio alcançou 89% dos 6.742.236 hectares previstos. A maior parte das lavouras está em desenvolvimento vegetativo.Além disso, as precipitações favoreceram a recuperação fisiológica das áreas implantadas em outubro e novembro, que vinham sob estresse hídrico. O escalonamento do plantio, provocado pela falta de chuvas anteriores, passou a ser avaliado como fator de redução de risco produtivo. Isso ocorre diante da possibilidade de estiagens associadas ao fenômeno La Niña.
Milho
As lavouras de milho apresentam comportamento heterogêneo no Estado. A irregularidade das chuvas explica esse cenário. O déficit hídrico afetou áreas entre o pré-florescimento e o enchimento inicial de grãos, reduzindo o potencial produtivo em lavouras de sequeiro.Por outro lado, as chuvas recentes recompuseram a umidade do solo. Com isso, áreas fora do pico reprodutivo retomaram o crescimento vegetativo. Atualmente, 90% dos 785.030 hectares projetados estão semeados. A produtividade média é estimada em 7.370 kg por hectare.
Milho silagem
Após as chuvas, a situação do milho para silagem se estabilizou. No entanto, a recomposição hídrica ainda é parcial. Por isso, o potencial produtivo depende da regularização das precipitações.As lavouras semeadas mais cedo já iniciaram a colheita. A área destinada à cultura deve alcançar 366.067 hectares. A produtividade estimada é de 38.338 kg por hectare. Na região de Erechim, toda a área está plantada. Desse total, 95% das lavouras estão em início de pendoamento e espigamento. Além disso, os produtores ampliaram o uso de adubação orgânica, reduzindo insumos químicos.
Pastagens
O campo nativo apresenta melhora significativa. As chuvas e o aumento das temperaturas impulsionaram o crescimento vegetativo e intensificaram a coloração verde das áreas.Da mesma forma, as pastagens cultivadas responderam positivamente. Os produtores retomaram tanto o crescimento das forrageiras já implantadas quanto as novas implantações. Além disso, áreas implantadas mais tardiamente receberam adubação NPK e tendem a apresentar bom desempenho para pastejo, feno e produção de sementes.
Bovinocultura de corte
Os rebanhos apresentam condição corporal e sanitária adequadas. Os entouros foram realizados. Além disso, os protocolos de inseminação artificial em tempo fixo seguem em andamento.Nos dias mais quentes, os animais concentram o pastejo nas primeiras horas da manhã e no final da tarde. Durante o pico de calor, permanecem em repouso e ruminação, preferencialmente à sombra. No mercado, a demanda por animais terminados segue aquecida, impulsionada pelo aumento do consumo de cortes de maior valor agregado.
Ovinocultura
Os rebanhos ovinos mantêm bom escore corporal e estado sanitário satisfatório. De modo geral, a verminose está controlada. Neste período, os produtores concentram as atividades no desmame e no manejo dos cordeiros.Além disso, intensificam ações preventivas contra endo e ectoparasitas e realizam a tosquia como medida de bem-estar animal. A proximidade das festas de fim de ano aqueceu a comercialização. Como resultado, a menor oferta de animais elevou a demanda para abate e contribuiu para o aumento da renda nas propriedades.
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