EUA aplicam tarifas à Índia e geram alerta no mercado de fertilizantes
Tarifas em fertilizantes geram alerta global e dúvidas sobre futuras sanções no mercado agrícola mundial
Por: Redação RuralNews
Preocupação com os fluxos comerciais ligados à Rússia
O analista de Inteligência de Mercado, Tomás Pernías, destaca que a decisão americana gerou preocupação. Isso porque a Casa Branca monitora fluxos comerciais que beneficiam a Rússia. A Rússia fabrica e vende fertilizantes que o Brasil compra em grande quantidade.

Tarifas dos EUA sobre fertilizantes indianos elevam alerta global e impactam comércio internacional. Foto: Canva
De acordo com Pernías, “o fato de a Índia importar petróleo e derivados russos, direta ou indiretamente, motivou a tarifa, contrariando esforços internacionais para pressionar economicamente a Rússia devido à guerra na Ucrânia”.
Forte dependência brasileira dos fertilizantes russos
Em 2024, a Rússia forneceu 53% das importações brasileiras de MAP, um fosfatado amplamente usado no país. Além disso, 39% do cloreto de potássio importado veio da Rússia. O Brasil também adquiriu volumes significativos de ureia russa.
Pernías ressalta que “essa dependência torna difícil substituir esses fertilizantes por outras origens com capacidade semelhante”.
Futuro das sanções e impacto no mercado
Até o momento, não há sinais de que outros países importadores de fertilizantes russos estejam na mira de novas sanções. A tarifa sobre a Índia está relacionada às compras russas de petróleo feitas pelo país asiático.
No entanto, a importância da Rússia como fornecedora global e a ausência de avanços na guerra alimentam temores de que os EUA possam ampliar as sanções a outros importadores de fertilizantes russos.
O analista explica que “os Estados Unidos também importam fertilizantes russos: entre julho de 2024 e junho de 2025, cerca de 35% da ureia e quase 10% do cloreto de potássio vieram da Rússia”.
Se os EUA aplicarem tarifas a esses insumos, os preços podem subir, afetando os custos domésticos e a competitividade americana no mercado internacional.
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Texto publicado originalmente em Notícias
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