Estudo aponta ação herbicida de bactéria da Caatinga
Pesquisa identifica bactéria capaz de inibir a germinação da buva e abre caminho para soluções mais sustentáveis no manejo de plantas daninhas.
Por: Redação RuralNews
Cientistas da Embrapa Meio Ambiente e da Universidade de São Paulo encontraram o microrganismo em solos do bioma semiárido. A bactéria produziu moléculas naturais com efeito herbicida.
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Como resultado, a descoberta abre caminho para o desenvolvimento de um bioherbicida inédito. A solução apresenta potencial sustentável e maior adaptação à agricultura brasileira.
O estudo foi publicado na revista científica Pest Management Science. A pesquisa envolveu cientistas da USP e da Embrapa Meio Ambiente.
Os pesquisadores identificaram compostos naturais produzidos pela bactéria. Essas moléculas mostraram capacidade de bloquear a germinação da buva, também conhecida como Conyza canadensis.
Atualmente, a planta daninha apresenta resistência a vários herbicidas sintéticos. Por isso, o controle químico se tornou mais caro e menos eficiente.
A buva ocorre em praticamente todas as regiões do Brasil. Além disso, ela reduz a produtividade das lavouras. Como consequência, produtores intensificam o uso de defensivos. Esse cenário eleva os custos de produção e amplia os riscos ambientais.
Diante disso, cresce a busca por alternativas naturais. O uso de microrganismos surge como estratégia para reduzir a dependência de produtos químicos.
O ponto de partida da pesquisa envolveu a triagem de actinobactérias. Esse grupo é conhecido por produzir compostos bioativos de interesse agrícola. Entre os isolados analisados, uma cepa da Caatinga se destacou. O microrganismo Streptomyces sp. apresentou forte efeito fitotóxico.
Segundo os pesquisadores, as condições extremas do bioma favorecem a produção de moléculas inéditas. Assim, a Caatinga funciona como um laboratório natural.
Albociclina mostra efeito inédito
A análise química identificou dois compostos principais. Entre eles, a albociclina chamou atenção. Pela primeira vez, os cientistas registraram atividade herbicida dessa molécula. Em testes, ela inibiu a germinação da buva em baixas concentrações.
Dessa forma, a albociclina surge como candidata ao desenvolvimento de novos bioherbicidas. O composto atua justamente contra uma planta de difícil controle.
Além da identificação das moléculas, os pesquisadores ajustaram o meio de cultivo da bactéria. Com isso, estimularam a produção da albociclina e de compostos semelhantes.
Essa estratégia aumentou o rendimento e a diversidade química. Assim, o processo avança rumo à viabilidade em escala maior. Ao direcionar o metabolismo microbiano, a equipe ampliou as possibilidades de aplicação agrícola.
Os cientistas também testaram o caldo fermentado da bactéria. O material apresentou efeito seletivo contra plantas daninhas dicotiledôneas.
Nesse caso, o uso dispensa etapas complexas de purificação. Portanto, o custo tende a ser menor. Além disso, a solução reduz impactos ambientais. O método elimina o uso de solventes industriais.
A pesquisa agora avança para a fase de testes em condições reais. Os cientistas vão avaliar a eficácia em diferentes culturas.
Além disso, o estudo inclui análises de ecotoxicologia e formulações comerciais. O objetivo é integrar a tecnologia ao Manejo Integrado de Plantas Daninhas.
Segundo os pesquisadores, os resultados iniciais são promissores. No entanto, a aplicação em larga escala ainda exige novos estudos.
A descoberta reforça o potencial dos biomas brasileiros. A Caatinga, além de sensível, abriga ampla diversidade microbiana. Com isso, o Brasil fortalece sua posição no desenvolvimento de bioinsumos agrícolas. A iniciativa também reduz a dependência de herbicidas importados.
Ao mesmo tempo, soluções naturais contribuem para uma agricultura mais sustentável. Assim, ciência e biodiversidade se conectam para enfrentar desafios do campo.
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Texto publicado originalmente em Destaques
Como resultado, a descoberta abre caminho para o desenvolvimento de um bioherbicida inédito. A solução apresenta potencial sustentável e maior adaptação à agricultura brasileira.
O uso de microrganismos e de moléculas bioativas produzidas por eles surge como uma estratégia inovadora para reduzir a dependência de químicos sintéticos. Foto: Fernando Adegas / Divulgação
Estudo identifica moléculas com ação herbicida
O estudo foi publicado na revista científica Pest Management Science. A pesquisa envolveu cientistas da USP e da Embrapa Meio Ambiente.
Os pesquisadores identificaram compostos naturais produzidos pela bactéria. Essas moléculas mostraram capacidade de bloquear a germinação da buva, também conhecida como Conyza canadensis.
Atualmente, a planta daninha apresenta resistência a vários herbicidas sintéticos. Por isso, o controle químico se tornou mais caro e menos eficiente.
Resistência eleva custos no campo
A buva ocorre em praticamente todas as regiões do Brasil. Além disso, ela reduz a produtividade das lavouras. Como consequência, produtores intensificam o uso de defensivos. Esse cenário eleva os custos de produção e amplia os riscos ambientais.
Diante disso, cresce a busca por alternativas naturais. O uso de microrganismos surge como estratégia para reduzir a dependência de produtos químicos.
Caatinga revela microrganismo promissor
O ponto de partida da pesquisa envolveu a triagem de actinobactérias. Esse grupo é conhecido por produzir compostos bioativos de interesse agrícola. Entre os isolados analisados, uma cepa da Caatinga se destacou. O microrganismo Streptomyces sp. apresentou forte efeito fitotóxico.
Segundo os pesquisadores, as condições extremas do bioma favorecem a produção de moléculas inéditas. Assim, a Caatinga funciona como um laboratório natural.
Albociclina mostra efeito inédito
A análise química identificou dois compostos principais. Entre eles, a albociclina chamou atenção. Pela primeira vez, os cientistas registraram atividade herbicida dessa molécula. Em testes, ela inibiu a germinação da buva em baixas concentrações.
Dessa forma, a albociclina surge como candidata ao desenvolvimento de novos bioherbicidas. O composto atua justamente contra uma planta de difícil controle.
Produção otimizada amplia potencial
Além da identificação das moléculas, os pesquisadores ajustaram o meio de cultivo da bactéria. Com isso, estimularam a produção da albociclina e de compostos semelhantes.
Essa estratégia aumentou o rendimento e a diversidade química. Assim, o processo avança rumo à viabilidade em escala maior. Ao direcionar o metabolismo microbiano, a equipe ampliou as possibilidades de aplicação agrícola.
Caldo fermentado também apresenta eficácia
Os cientistas também testaram o caldo fermentado da bactéria. O material apresentou efeito seletivo contra plantas daninhas dicotiledôneas.
Nesse caso, o uso dispensa etapas complexas de purificação. Portanto, o custo tende a ser menor. Além disso, a solução reduz impactos ambientais. O método elimina o uso de solventes industriais.
Próximos passos incluem testes em campo
A pesquisa agora avança para a fase de testes em condições reais. Os cientistas vão avaliar a eficácia em diferentes culturas.
Além disso, o estudo inclui análises de ecotoxicologia e formulações comerciais. O objetivo é integrar a tecnologia ao Manejo Integrado de Plantas Daninhas.
Segundo os pesquisadores, os resultados iniciais são promissores. No entanto, a aplicação em larga escala ainda exige novos estudos.
Biomas brasileiros ganham destaque
A descoberta reforça o potencial dos biomas brasileiros. A Caatinga, além de sensível, abriga ampla diversidade microbiana. Com isso, o Brasil fortalece sua posição no desenvolvimento de bioinsumos agrícolas. A iniciativa também reduz a dependência de herbicidas importados.
Ao mesmo tempo, soluções naturais contribuem para uma agricultura mais sustentável. Assim, ciência e biodiversidade se conectam para enfrentar desafios do campo.
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Estudo - Ação Herbicida - Bactéria
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Texto publicado originalmente em Destaques
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