Safra 13-12-2025 | 8:22:00

Estiagem afeta soja, milho e feijão no Rio Grande do Sul

Restrição hídrica e calor intenso atrasam o plantio, provocam estresse nas lavouras e reduzem o potencial produtivo das principais culturas de verão no estado

Por: Redação RuralNews

Nas lavouras implantadas até 15 de novembro, o estande segue satisfatório e o desenvolvimento é considerado adequado. Nesses casos, o baixo índice foliar ainda limita a manifestação de estresse hídrico severo. Por outro lado, as áreas semeadas mais tarde apresentam emergência desuniforme. Em muitos talhões, há sementes em diferentes estágios fisiológicos, o que tende a aumentar a variabilidade dentro das lavouras.
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Enquanto isso, produtores com irrigação suplementar acionaram os sistemas para reduzir riscos iniciais. Para a safra 2025/2026, a Emater/RS-Ascar projeta 6.742.236 hectares cultivados e produtividade média de 3.180 kg/ha.
Escassez de chuvas e calor elevado comprometem o desenvolvimento das lavouras de verão no Rio Grande do Sul. Foto: Canva


Milho sofre perdas em áreas sem irrigação



A semeadura do milho permanece em 89% da área prevista. A falta de chuvas, que persiste há cerca de três semanas, associada à onda de calor, elevou a evapotranspiração e reduziu a umidade do solo. Com isso, o estresse hídrico atingiu lavouras em todas as fases de desenvolvimento.

O impacto é mais severo nas áreas em estádio reprodutivo, que representam cerca de 60% do total cultivado. Nesse período crítico, já há perdas no potencial produtivo e na qualidade dos grãos. Ainda assim, a intensidade dos danos varia conforme a região, o tipo de solo e o material genético utilizado.

Em contraste, as lavouras irrigadas apresentam excelente desenvolvimento e indicam produtividade acima da média. Já nas áreas de sequeiro, observa-se porte irregular das plantas, agravado pela competição com azevém. A Emater/RS-Ascar estima área de 785.030 hectares e produtividade de 7.370 kg/ha.

Arroz avança com apoio da irrigação



A semeadura do arroz se aproxima do fim, favorecida por dias ensolarados e boa disponibilidade hídrica nos sistemas de irrigação. Restam cerca de 5% da área para conclusão, embora fatores econômicos e o menor potencial das semeaduras tardias possam limitar o avanço final.

As lavouras implantadas no início do período recomendado apresentam estande uniforme e bom desenvolvimento. Algumas áreas mais antigas iniciaram o florescimento, ainda abaixo de 1%. Produtores realizaram manejos de irrigação, aplicação de herbicidas e adubação nitrogenada. A área estimada pelo Irga é de 920.081 hectares, com produtividade média de 8.752 kg/ha.

Feijão registra perdas pontuais por estresse hídrico



O feijão da primeira safra alcança cerca de 60% da área prevista. A expansão do plantio nos Campos de Cima da Serra foi adiada à espera de chuvas. Atualmente, 51% das lavouras estão em crescimento vegetativo e 19% em floração.

Apesar do avanço das fases fenológicas, o estresse hídrico provocou perdas de produtividade em algumas regiões. A combinação de solo seco e calor intenso reduziu o pegamento de flores e vagens. A Emater/RS-Ascar projeta 26.096 hectares cultivados e produtividade média de 1.779 kg/ha.

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Texto publicado originalmente em Destaque
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