Conab libera R$ 300 milhões para apoiar produtores de arroz

Como funciona o COV

O COV funciona como seguro de preços. Produtores que aderirem ao programa têm o direito, mas não a obrigação, de vender arroz ao governo por valor previamente definido. Se o mercado oferecer preço melhor, o produtor poderá optar por não executar o contrato e aproveitar a negociação mais vantajosa.

Segundo Pretto, “o governo federal sinaliza antes da semeadura a opção de venda por um preço que viabiliza o cultivo. Assim, o produtor planeja a lavoura e garante remuneração adequada”. Além disso, o arroz vendido ao governo integra os estoques públicos e contribui para o abastecimento alimentar.

Detalhes da nova operação

O governo definirá os preços, datas de negociação e vencimento dos contratos. Depois, publicará as regras em Portaria Interministerial e editais da Conab. Esta é a terceira rodada de COV lançada em menos de um ano, somando R$ 1,5 bilhão em apoio aos produtores. Além disso, o mecanismo protege o setor contra quedas bruscas de preço.

O produtor Pedro Zanetti, do Engenho São Bento, afirma que o COV é essencial. Ele explica que o estoque de passagem elevado torna o mecanismo um seguro de preços para o primeiro semestre de 2026.

Rodadas anteriores de COV

Em 2024, a Conab destinou quase R$ 1 bilhão em contratos e comprou até 500 mil toneladas da safra 2024/2025. Na primeira rodada, o preço sinalizado superou R$ 87 a saca de 50 quilos. Nessa ocasião, os produtores negociaram 91 mil toneladas, que foram incorporadas aos estoques públicos.

A segunda rodada, lançada em junho de 2025, definiu preços próximos de R$ 74. Com isso, quase 100% dos contratos foram vendidos, totalizando 109,2 mil toneladas. Além disso, o arroz dos estoques pode abastecer a população em crises ou emergências, evitando oscilações bruscas e mantendo preço justo.

Durante a Expointer, a Conab pagou produtores da primeira rodada. O valor totalizou quase R$ 7,7 milhões por 4,7 mil toneladas vendidas em mais de 170 contratos. Além disso, assinou intenções de fornecimento de arroz na segunda rodada, com 2.260 contratos. Com isso, cerca de 61 mil toneladas virão de cidades como Barra do Quaraí, Itaqui e Uruguaiana.

Estimativas de safra

O Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional, colheu 8,3 milhões de toneladas na safra 2024/2025. Esse volume representa alta de 15,9% em relação ao ano anterior. No Brasil, a produção estimada foi de 12,3 milhões de toneladas, aumento de 16,5%, segundo o 11º Levantamento da Safra de Grãos da Conab.
Texto publicado originalmente em Notícias