Para o complexo da soja a semana foi excelente na Bolsa de Chicago (CBOT), principalmente para o grão e para o farelo.
Os mercados refletem em suas altas os problemas climáticos e os estímulos econômicos chineses. Para a soja em grão a alta na semana foi de 5,31%, fechando a U$10,65/bushel.
Essa alta acumulada foi a maior desde março de 2023, realmente uma alta muito expressiva. O mercado segue seu rumo em busca da região gráfica dos U$10,80/bushel.
O farelo encerrou a semana com uma alta de 7,80%, boa parte dessa alta foi construída no pregão desta sexta-feira, hoje o ativo teve valorização de 5,29%.
A menor alta do complexo ficou com o óleo de soja devido a perspectivas de aumento de produção do petróleo pela Arabia Saudita, que também deve desencadear um movimento semelhante nos países pertencentes a OPEP+.
Em resumo, o óleo da soja encerrou a semana com uma alta mais tímida de 2,42%, do complexo, esse é o único ativo que ainda trabalha abaixo da sua região de resistência gráfica.
Para os futuros de trigo a semana foi positiva, mas com movimentos menos intensos do que os vistos na soja.
O trigo encerrou a semana com valorização de 2,02% e trabalha atualmente com preços abaixo da resistência gráfica que está localizada em U$5,90/bushel.
Já os futuros do milho foram mais influenciados pela alta da soja e encerram a semana com ganhos de 4,04%, cotado a U$4,18/bushel.
Na B3 o contrato futuro de milho novembro teve o maior fechamento dos últimos meses, encerrando cotado a R$68,70/sc, na semana o contrato teve variação positiva de 1,25%.
Em resumo, o mercado de grãos continuou a apresentar volatilidade.
A alta da soja e do farelo de soja sustentou os preços do milho, enquanto o trigo conseguiu recuperar parte das perdas recentes, provocadas pela melhoria nas condições climáticas da Austrália e a seca persistente na Argentina.
Mesmo assim, o plantio do trigo na região do Mar Negro continuou atrasado devido à falta de chuvas, gerando preocupações sobre o impacto na safra futura.
No Brasil, as preocupações com o clima persistiram.
O atraso no plantio da soja, especialmente em estados como Mato Grosso e Goiás, tem potencial para apertar a janela de plantio do milho safrinha, o que poderia levar a uma redução na área plantada.
Macroeconomia
Na manhã desta semana, o mercado global foi fortemente influenciado pelas políticas econômicas implementadas pela China, resultando na maior alta semanal das bolsas de Xangai desde 2008, com um aumento superior a 15%.
Como já foi comentado em artigos anteriores, o governo chinês anunciou uma série de medidas de estímulo, incluindo um corte no compulsório bancário, liberando 1 trilhão de iuanes – cerca de 142 BI de dólares, além da criação de um fundo de 800 bilhões de iuanes para que as empresas recomprem suas ações.
O setor imobiliário também foi favorecido com a redução da entrada para compra de imóveis, de 30% para 15%, visando estimular o consumo interno e combater a queda dos preços.
Além dos dados chineses, o Estados Unidos ganhou a atenção dos mercados globais, com a divulgação dos dados do PCE, que é um dos principais indicadores de inflação no consumo das famílias americanas.
A desaceleração no índice geral gerou volatilidade nos mercados. Esse cenário pode influenciar diretamente as decisões de política monetária do FED, trazendo novas dinâmicas para o mercado cambial e de commodities.
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