Commodities 28-10-2024 | 18:07:00

Commodities iniciam semana com quedas significativas na Bolsa da Chicago

O óleo de soja encerrou com queda de -3,31%, em meio ao recuo de mais de 5% no petróleo, enquanto o contrato futuro da soja teve um fechamento negativo, caindo 11 cents por bushel

Por: Rodrigo Trage

A queda no petróleo se deve a ofensiva lançada por Israel contra o Irã, o ataque era uma retaliação esperada pelo mercado nas últimas semanas, mas os alvos surpreenderam! O ataque teve foco em alvos militares do Irã e atingiu pontos estratégicos da defesa iraniana e de suprimentos, como locais onde eram armazenados combustíveis para os misseis iranianos.

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O temor antes do ataque é que a retaliação israelita pudesse acertar postos petrolíferos e unidades nucleares, com um ataque bem-sucedido que evitou tais locais, o temor de interrupções energéticas foi reduzido.

Óleo de soja despencou e levou junto as outras commodities em Chicago


Além disso, parece pouco provável uma nova retaliação por parte do Irã, o que acaba tranquilizando as bolsas ao redor do mundo e gerando esse movimento negativo nas bolsas. Parece contra senso, mas lembrem-se que os mercados estão sempre a frente, tentando precificar os riscos futuros e quando o que foi projetado não acontece, os prêmios de risco que foram acrescidos, são retirados.

Além dessas questões geopolíticas a colheita nos EUA segue firme e rápida, aumentando os estoques de soja e milho, que com maior disponibilidade, acabam adicionando pressão baixista extra aos preços.

E por fim, outro aspecto fundamentalista que vem ganhando notoriedade é a aproximação das eleições Norte Americanas, caso o Trump se eleja, novas taxações em cima da China podem surgir e como efeito os preços da soja podem sofrer caso haja exista uma contrapartida que reduza as intenções de compra de soja americana pelos chineses.

À luz de todos esses fatos, o contrato futuro da soja teve um fechamento negativo, caindo 11 cents por bushel, resultando em uma variação negativa de -1,15%. Pela análise técnica, caso o preço perca a região de suporte em U$9,80/bushel, poderemos ver preços menores para o grão americano, com objetivo gráfico nas mínimas do ano a U$9,60 e posteriormente a U$9.

Quanto ao farelo de soja, a queda foi menos intensa, registrando perdas de -0,33%, porém este segue como a ponta mais fraca do complexo e o mais próximo atualmente das mínimas do ano.

O milho teve queda de -1,08% e encerrou cotado a U$4,10/bushel e o futuro de trigo caiu -1,80%, encerrando a U$5,58. Para o trigo, além dos pontos citados acima, temos o retorno das chuvas aliviam as preocupações com as lavouras de trigo na Rússia e nos EUA.

No Brasil, o milho na B3 reflete a queda vista em Chicago e após sete pregões consecutivos de alta, o contrato novembro encerrou com uma singela queda de -0,34%.

Na semana passada, o contrato renovou máximas ao subir 4,77%, sustentado pela expectativa positiva com a demanda interna e externa. A demanda segue aquecida e produtores optam por segurar seu produto.

Principais Variações:

ÁSIA/PACÍFICO: JAPÃO: +2,01%

EUROPA: ESPANHA: +0,87%

EUA: SP 500: +0,28% / NASDAQ: +0,27%

BRASIL: IBOVESPA: 1,02%.

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Texto publicado originalmente em Notícias
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