Commodities iniciam semana com quedas significativas na Bolsa da Chicago
Por: Rodrigo Trage
A queda no petróleo se deve a ofensiva lançada por Israel contra o Irã, o ataque era uma retaliação esperada pelo mercado nas últimas semanas, mas os alvos surpreenderam! O ataque teve foco em alvos militares do Irã e atingiu pontos estratégicos da defesa iraniana e de suprimentos, como locais onde eram armazenados combustíveis para os misseis iranianos.
O temor antes do ataque é que a retaliação israelita pudesse acertar postos petrolíferos e unidades nucleares, com um ataque bem-sucedido que evitou tais locais, o temor de interrupções energéticas foi reduzido.

Além disso, parece pouco provável uma
nova retaliação por parte do Irã, o que acaba tranquilizando as
bolsas ao redor do mundo e gerando esse movimento negativo nas
bolsas. Parece contra senso, mas lembrem-se que os mercados estão
sempre a frente, tentando precificar os riscos futuros e quando o que
foi projetado não acontece, os prêmios de risco que foram
acrescidos, são retirados.
Além dessas questões
geopolíticas a colheita nos EUA segue firme e rápida, aumentando os
estoques de soja e milho, que com maior disponibilidade, acabam
adicionando pressão baixista extra aos preços.
E por fim, outro
aspecto fundamentalista que vem ganhando notoriedade é a aproximação
das eleições Norte Americanas, caso o Trump se eleja, novas
taxações em cima da China podem surgir e como efeito os preços da
soja podem sofrer caso haja exista uma contrapartida que reduza as
intenções de compra de soja americana pelos chineses.
À luz de todos esses
fatos, o contrato futuro da soja teve um fechamento negativo, caindo
11 cents por bushel, resultando em uma variação negativa de -1,15%.
Pela análise técnica, caso o preço perca a região de suporte em
U$9,80/bushel, poderemos ver preços menores para o grão americano,
com objetivo gráfico nas mínimas do ano a U$9,60 e posteriormente a
U$9.
Quanto ao farelo de soja, a queda foi menos intensa, registrando
perdas de -0,33%, porém este segue como a ponta mais fraca do
complexo e o mais próximo atualmente das mínimas do ano.
O milho teve queda de
-1,08% e encerrou cotado a U$4,10/bushel e o futuro de trigo caiu
-1,80%, encerrando a U$5,58. Para o trigo, além dos pontos citados
acima, temos o retorno das chuvas aliviam as preocupações com as
lavouras de trigo na Rússia e nos EUA.
No Brasil, o milho na
B3 reflete a queda vista em Chicago e após sete pregões
consecutivos de alta, o contrato novembro encerrou com uma singela
queda de -0,34%.
Na semana passada, o contrato renovou máximas ao
subir 4,77%, sustentado pela expectativa positiva com a demanda
interna e externa. A demanda segue aquecida e produtores optam por
segurar seu produto.
Principais Variações:
ÁSIA/PACÍFICO: JAPÃO: +2,01%
EUROPA: ESPANHA: +0,87%
EUA: SP 500: +0,28% / NASDAQ: +0,27%
BRASIL: IBOVESPA: 1,02%.
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Texto publicado originalmente em Notícias