Clima irregular reduz ritmo de semeadura e gera incerteza sobre produtividade
Irregularidade das chuvas atrasa o plantio da soja e aumenta dúvidas sobre o desempenho da safra 2025/26
Por: Redação RuralNews
Instabilidade marca o Centro-Oeste
No Centro-Oeste, principal polo produtor de grãos, o período chuvoso foi bastante instável. Em partes da região, a chuva ocorreu de forma espaçada e mal distribuída. Assim, áreas do sudoeste de Mato Grosso, do Pantanal e do leste de Mato Grosso do Sul seguiram com baixa umidade no solo, cenário também observado no sul e no norte de Goiás. Mesmo assim, houve melhora gradual do armazenamento hídrico ao longo do mês, o que favoreceu a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos, sobretudo nas áreas com maior capacidade de retenção de água.
Clima instável dificulta o avanço da semeadura da soja na safra 2025/26. Foto: Canva
Recuperação gradual no Matopiba
No Matopiba, as precipitações também foram irregulares, com aumento mais significativo apenas na terceira semana do mês. Apesar disso, a umidade do solo se recuperou em boa parte da região, permitindo o início do plantio e o avanço das lavouras que estavam atrasadas. Em áreas da Bahia e até o sudeste do Piauí, porém, mesmo os volumes elevados de chuva no fim do período não foram suficientes para elevar o armazenamento hídrico a níveis adequados para a semeadura.
Norte apresenta contrastes
Em Rondônia, no Pará e no Tocantins, o volume de chuva também variou bastante. A irregularidade manteve a umidade baixa em algumas áreas, embora o armazenamento hídrico tenha aumentado aos poucos. No Amazonas, por outro lado, as chuvas foram frequentes e abundantes, contribuindo para manter o nível dos rios elevado.
Sudeste tem cenário mais uniforme
No Sudeste, o cenário foi diferente: as chuvas ocorreram de forma mais uniforme, com acumulados maiores em São Paulo e no centro-sul de Minas Gerais. Entretanto, ainda há pontos com baixa umidade no Triângulo, Noroeste e Norte mineiros. Mesmo assim, as temperaturas mais baixas ajudaram a reduzir a perda de água no solo, garantindo condições adequadas para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos.
Eventos extremos no Sul
Na região Sul, o mês começou com chuva intensa, especialmente no oeste do Paraná. Os temporais vieram acompanhados de vento forte, tornados e granizo, causando danos relevantes às lavouras. Contudo, nas demais áreas, os acumulados de chuva foram mais moderados e mantiveram o armazenamento hídrico em níveis suficientes para o avanço dos cultivos de primeira safra. Para os cultivos de inverno, apesar dos eventos de excesso de chuva, o clima no geral favoreceu o andamento e a conclusão da colheita.
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Texto publicado originalmente em Capa
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