Cana-de-açúcar 30-07-2025 | 14:17:00

Centro-Sul deve moer 598,8 mi de ton de cana na safra 2025/26

Centro-Sul deve moer 598,8 milhões de toneladas de cana na safra 2025/26, com queda no ATR e menor produção de açúcar e etanol

Por: Redação RuralNews

Além da menor moagem, houve chuvas acima da média histórica em junho. Por isso, os números de acompanhamento diminuíram. Como resultado, a qualidade da matéria-prima caiu 4,8%, medida pelo Açúcar Total Recuperado (ATR), até o fim do primeiro semestre.
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De acordo com Rafael Borges, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, a perda de um quilo de ATR por tonelada de cana representa quase 300 mil toneladas de açúcar e mais de 170 mil m³ de etanol. “O excesso de chuvas atrasou a colheita em junho. A menor expectativa para o ATR reduz o potencial de produção, mesmo com um mix mais voltado ao açúcar”, afirma.
Centro-Sul deve moer 598,8 milhões de toneladas de cana na safra 2025/26. Foto: Canva


Área colhida e produtividade também diminuem

A área colhida no Centro-Sul deve moer uma quantidade menor de cana nesta safra, revisada para 7,86 milhões de hectares. Isso representa quase 150 mil hectares a menos que em 2024/25. A redução ocorreu devido às áreas afetadas pelas queimadas. A produtividade (TCH) deve cair 2,1%, chegando a 76,15 toneladas por hectare.

A produção de açúcar deve se manter praticamente estável, em 40,16 milhões de toneladas. Porém, essa quantidade representa uma leve queda de 40 mil toneladas em relação à safra anterior. A recuperação de açúcar por tonelada de cana deve recuar para 137,2 kg/t (-2,7%). Isso ocorre mesmo com o mix de produção atingindo 51,3%.

Etanol tem retração, mas anidro ganha espaço

A produção total de etanol a partir da cana deve cair 12,4%. O impacto maior será no etanol hidratado, cuja oferta deve cair mais de 19%. O total esperado é de cerca de 3,3 bilhões de litros.

Borges destaca que a elevação da mistura de anidro na gasolina, de 27,5% para 30%, prevista para agosto, está redirecionando a produção. Isso contribui para a retração do hidratado.

Nordeste reduz moagem, mas investe no etanol de milho

Na região Norte-Nordeste, onde a moagem vai de setembro a agosto, a expectativa é de leve retração em 2025/26, com 57,32 milhões de toneladas de cana processadas. Isso representa queda de 0,3%.

A produção de açúcar deve atingir 3,63 milhões de toneladas, uma queda de 4,1%. Mesmo com chuvas dentro ou acima da média entre maio e julho, a área colhida será um pouco menor. Isso ocorre por conta das reformas nas lavouras na safra anterior. Por outro lado, o TCH deve se manter estável em 60,9 t/ha.

Apesar da queda no ATR, o ciclo 2025/26 marca o avanço do etanol de milho no Nordeste. Uma usina já opera desde março em Balsas (MA). Outra está prevista para começar até o fim do ano em Luís Eduardo Magalhães (BA). Esta terá capacidade superior a 500 mil m³ por ano. Outros projetos também estão em andamento.

“Essa entrada do etanol de milho pode mitigar os efeitos da menor produção a partir da cana. Principalmente sobre o etanol hidratado, cuja participação no consumo deve cair diante dos preços mais altos e do aumento do anidro na mistura”, explica Borges.

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Texto publicado originalmente em Notícias
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