Café solúvel perde espaço nos EUA após tarifaço de 50% derrubar exportações
Café solúvel perde exportações para os EUA após tarifaço de 50%, mas consumo interno e receita continuam em alta em 2025.
Por: Redação RuralNews
Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Aguinaldo Lima, a queda frustrou a expectativa de superar o recorde de 2024, quando as exportações atingiram 4,093 milhões de sacas. Portanto, o setor já busca alternativas para reverter esse cenário.
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Com o peso da nova tarifa, Abics, Cecafé, BSCA e Abic articulam estratégias conjuntas com autoridades brasileiras e clientes americanos. O objetivo, nesse caso, é restabelecer o fluxo de negócios. “Essa taxação inviabiliza o comércio com os americanos. Precisamos abrir canais de negociação que restabeleçam um fluxo justo”, afirmou Lima.
Além disso, ele lembrou que o café solúvel brasileiro enfrenta tarifas em outros países. Dessa forma, defende que o governo intensifique os acordos comerciais para ampliar negócios, gerar receita e garantir a liderança global do setor.
De janeiro a agosto de 2025, as exportações de café solúvel somaram 2,508 milhões de sacas destinadas a 88 países, queda de 3,9% frente ao mesmo período de 2024. Ainda assim, em contrapartida, a receita cambial cresceu 33% e chegou a US$ 760,8 milhões, puxada pelos altos preços internacionais.
Com esse desempenho, a Abics projeta superar US$ 1 bilhão em 2025, acima dos US$ 950 milhões registrados no ano passado.
Mesmo com a queda em agosto, os EUA seguem como maiores compradores, com 443.179 sacas entre janeiro e agosto, recuo de 3,7% frente a 2024. Na sequência, aparecem a Argentina, com 236.454 sacas (+88,3%), e a Rússia, com 188.041 sacas (+16,8%).
Além disso, Lima destacou a entrada de novos destinos no ranking, como Colômbia (82,7 mil sacas), Vietnã (72,4 mil sacas) e Malásia (68,8 mil sacas). Esses países, embora produtores, ampliaram a participação e passaram a figurar entre os 15 principais compradores.
O consumo interno também cresce de forma consistente. Entre janeiro e agosto, os brasileiros consumiram 17,6 mil toneladas, o equivalente a 763.645 sacas, alta de 4,7% em relação a 2024.
Por tipo de produto, o freeze dried (liofilizado) avançou 11,3%, enquanto o spray dried (em pó) subiu 3,9%. Além disso, o consumo de café solúvel importado cresceu 30,7%, mostrando que o mercado interno está cada vez mais diversificado.
“O mercado interno responde bem aos investimentos da indústria, que aposta em qualidade e diversidade. Ao mesmo tempo, o café solúvel se mantém acessível e prático em um cenário de preços elevados”, avaliou Lima.
Em setembro, Bruno Giestas, diretor comercial da Realcafé, assumiu interinamente a presidência da Abics após a aposentadoria de Fabio Sato. Ele exercerá a função até abril de 2026, quando ocorrerá a eleição para nova diretoria.
“É uma honra e também uma responsabilidade dar sequência ao trabalho desenvolvido pela gestão anterior. No entanto, o momento exige atenção redobrada diante da tarifa dos EUA e de outras taxas aplicadas em mercados relevantes”, afirmou Giestas.
Texto publicado originalmente em Notícias
Impacto do tarifaço

Exportações de café solúvel caíram após tarifaço dos EUA, mas consumo interno segue em alta no Brasil. Foto: Canva
Com o peso da nova tarifa, Abics, Cecafé, BSCA e Abic articulam estratégias conjuntas com autoridades brasileiras e clientes americanos. O objetivo, nesse caso, é restabelecer o fluxo de negócios. “Essa taxação inviabiliza o comércio com os americanos. Precisamos abrir canais de negociação que restabeleçam um fluxo justo”, afirmou Lima.
Além disso, ele lembrou que o café solúvel brasileiro enfrenta tarifas em outros países. Dessa forma, defende que o governo intensifique os acordos comerciais para ampliar negócios, gerar receita e garantir a liderança global do setor.
Exportações e receita
De janeiro a agosto de 2025, as exportações de café solúvel somaram 2,508 milhões de sacas destinadas a 88 países, queda de 3,9% frente ao mesmo período de 2024. Ainda assim, em contrapartida, a receita cambial cresceu 33% e chegou a US$ 760,8 milhões, puxada pelos altos preços internacionais.
Com esse desempenho, a Abics projeta superar US$ 1 bilhão em 2025, acima dos US$ 950 milhões registrados no ano passado.
Principais importadores
Mesmo com a queda em agosto, os EUA seguem como maiores compradores, com 443.179 sacas entre janeiro e agosto, recuo de 3,7% frente a 2024. Na sequência, aparecem a Argentina, com 236.454 sacas (+88,3%), e a Rússia, com 188.041 sacas (+16,8%).
Além disso, Lima destacou a entrada de novos destinos no ranking, como Colômbia (82,7 mil sacas), Vietnã (72,4 mil sacas) e Malásia (68,8 mil sacas). Esses países, embora produtores, ampliaram a participação e passaram a figurar entre os 15 principais compradores.
Mercado interno em alta
O consumo interno também cresce de forma consistente. Entre janeiro e agosto, os brasileiros consumiram 17,6 mil toneladas, o equivalente a 763.645 sacas, alta de 4,7% em relação a 2024.
Por tipo de produto, o freeze dried (liofilizado) avançou 11,3%, enquanto o spray dried (em pó) subiu 3,9%. Além disso, o consumo de café solúvel importado cresceu 30,7%, mostrando que o mercado interno está cada vez mais diversificado.
“O mercado interno responde bem aos investimentos da indústria, que aposta em qualidade e diversidade. Ao mesmo tempo, o café solúvel se mantém acessível e prático em um cenário de preços elevados”, avaliou Lima.
Mudança na Abics
Em setembro, Bruno Giestas, diretor comercial da Realcafé, assumiu interinamente a presidência da Abics após a aposentadoria de Fabio Sato. Ele exercerá a função até abril de 2026, quando ocorrerá a eleição para nova diretoria.
“É uma honra e também uma responsabilidade dar sequência ao trabalho desenvolvido pela gestão anterior. No entanto, o momento exige atenção redobrada diante da tarifa dos EUA e de outras taxas aplicadas em mercados relevantes”, afirmou Giestas.
Texto publicado originalmente em Notícias
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