Atraso das chuvas compromete safra de soja em MT

Desafios para o plantio

O presidente da Aprosoja MT, Lucas Costa Beber, explica que o cenário é desafiador em todas as regiões do estado. “O plantio chegou a 21%, porém muitas previsões de chuva não se confirmaram. Havia expectativa de aceleração após a segunda quinzena de setembro, mas entramos na segunda quinzena de outubro e as chuvas ainda não regularizaram. Algumas áreas ficaram mais de 10 dias sem chuva, o que pode causar deficiência no estande ou a necessidade de replantio. O plantio está em ritmo acelerado, mas ainda precisa de chuvas para garantir maior segurança”, afirmou.

A regularização das precipitações é essencial para acelerar o plantio e proteger a janela da safra de milho, que ganha cada vez mais espaço no estado. Lucas Beber alerta para possíveis quedas de produtividade, causadas pela falta de chuva. “Algumas lavouras semeadas só receberam chuva dias depois. Essas plantas podem perder porte, ficar mais baixas e apresentar falhas de estande, comprometendo a produtividade. Além disso, muitos produtores não conseguiram acelerar o plantio, o que preocupa, já que o ideal é que, até 20 de outubro, todas as áreas destinadas ao milho estejam semeadas.”

Impactos econômicos

Em ano de margens apertadas, a necessidade de replantio aumenta os custos e pressiona financeiramente os produtores. “Quando é preciso replantar, o custo é alto. O produtor precisa decidir entre replantar e não perder a janela da segunda safra ou colher menos, mesmo que tenha caprichado no plantio. Além disso, sementes com menor vigor podem aumentar as perdas”, explica o presidente.

A Aprosoja MT segue monitorando o avanço da semeadura e reforça a importância de condições de crédito compatíveis com os desafios do campo. O objetivo é mitigar perdas e preservar a viabilidade econômica dos produtores diante de um cenário climático irregular.
Texto publicado originalmente em Capa