Soja 15-05-2024 | 11:08:00

Ameaça de guerra comercial entre EUA e China pode ser boa para o Brasil: Entenda

Os EUA continuam acumulando seguidos déficits comerciais com os chineses


Por: Camilo Motter


Passado o impacto dos números do relatório de oferta e demanda de maio, o mercado se volta para as avaliações das perdas no Brasil e no ritmo do plantio da safra norte-americana, que segue um tanto atrasado em razão da persistência de chuvas.
Há preocupação também com o pacote tarifário dos EUA contra importações de produtos chineses que, por enquanto, atinge carros, eletrônicos e alumínio e aço. O governo chinês promete retaliação. Uma possível administração Trump pode, inclusive, promover um retorno à guerra comercial entre os dois países nos moldes do que aconteceu em 2018.
Os EUA continuam acumulando seguidos déficits comerciais com os chineses. No ano passado, as importações somaram cerca de U$ 430 bilhões, contra exportações de cerca de U$ 150 bilhões.
Lembrando o que aconteceu na época da intensificação da guerra comercial, os preços agrícolas foram pressionados em Chicago diante da redução das vendas norte-americanas. Porém, no Brasil, diante do aumento da demanda, houve forte reação positiva dos prêmios negociados nos portos. Projeção da ANEC indica que o Brasil deverá exportar mais de 14 milhões de toneladas neste mês de maio. Até o último fim de semana haviam sido embarcadas cerca de 5,5 milhões de toneladas. No último mês de abril foram 14,7 milhões de toneladas; em maio do ano passado, 15,6 milhões de toneladas.
Prêmios nos portos, no mercado spot, giram na faixa entre 10/30 positivos. CBOT e câmbio em alta ajudam na formação do preço. Indicações de compra no oeste do Paraná entre R$ 128/129 e em Paranaguá na faixa de R$ 137/139 – dependendo do prazo de pagamento e, no interior, também do local e do período de embarque.

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