Safra
07-10-2021 | 18:30:00
Por: CNA - Confedera
CNA analisa perspectivas climáticas para a próxima safra
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu a live “Perspectivas climáticas: o que esperar para a próxima safra?”, na quarta (6)
Por: CNA - Confedera
O encontro foi moderado pelo coordenador de Produção Agrícola da CNA, Maciel Silva, e contou com a participação do meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Francisco de Assis Diniz; do agrometeorologista da Climatempo, João Rodrigo de Castro; e do coordenador de Geoprocessamento da Cooxupé, Éder Ribeiro dos Santos.
Segundo o coordenador de Produção Agrícola da CNA, as perdas relacionadas aos eventos climáticos – principalmente o déficit hídrico e as geadas – foram expressivas para a safra 2020/2021. Culturas como o milho segunda safra, que tinha uma produção estimada em 82,8 milhões de toneladas, deve ter uma redução de 23,4 milhões de toneladas.
No café, espera- se uma produção total de 48,8 milhões de sacas de 60 kg, 22,6% inferior à safra passada. Para a laranja, a previsão é de uma redução de 26 milhões de caixas (-8,9%) frente à estimativa inicial. Na cana-de-açúcar, a indicação é de queda de 9,5% na produção, com um volume total de 592 milhões de toneladas na safra 2021/2022.
“Os danos sofridos em 2021 aumentam ainda mais a expectativa dos produtores rurais brasileiros para a próxima safra. A ideia é tentarmos entender as condições climáticas da safra atual e os eventuais efeitos resultantes da anterior para que possamos nos planejar melhor”, afirmou ele.
O meteorologista do Inmet destacou que o clima é um “forte” preditor da produção agrícola. Ele fez uma apresentação sobre monitoramento climático que aconteceu em 2020/2021 e a perspectiva climática para a safra 2021/2022. Diniz também analisou pontos como precipitações e temperaturas e apontou a tendência de ocorrência de La Niña fraca nos meses de primavera.
“A previsão é de uma La Niña fraca, com tendência de precipitação acima e próxima do período no Centro-norte do Brasil e chuvas abaixo da climatologia na região Sul e no sul de Mato Grosso e de São Paulo”, disse.
João Rodrigo de Castro falou sobre os aspectos climáticos relacionados à implementação e ao manejo na safra 2021/2022. Conforme ele, em algumas regiões as precipitações já ultrapassaram a média, como Arapuã e Apucarana (PR).
O agrometeorologista da Climatempo destacou os pontos positivos das chuvas, que permitem o desenvolvimento das lavouras dentro da janela ideal de plantio, maior ganho econômico ao produtor e menor risco associado ais eventos de frio severo na segunda safra. Mas também alertou para aspectos negativos como dificuldade de implementação rápida das lavouras, problemas relacionados a erosão e/ou compactação, além de ambiente de solo saturado que pode favorecer a ocorrência de doenças em materiais mais susceptíveis (podridão e tombamento).
“Quando trabalhamos com as médias para os próximos meses, temos uma confiabilidade muito grande para esses dados, que gira entre 75% e 80%. A tendência para as grandes culturas é termos uma safra boa, com alguns pontos de inflexão nessa curva na região Sul”, declarou Castro.
Éder Ribeiro dos Santos analisou as condições agrometeorológicas de 2021 nas regiões cafeeiras da Cooxupé, principalmente no cerrado mineiro e em parte de São Paulo. Ele abordou pontos como florescimento, déficit hídrico, temperatura mensal, distribuição de chuvas e rendimento.
“Vamos torcer para que as condições mudem em 2022 e o cafeeiro possa expressar um pouco mais o seu potencial produtivo e compensar as perdas que já estão definidas em função da ocorrência da geada”.