Plano Safra de R$ 400,59 bilhões desagrada o setor produtivo

Agronegócio aguardava pelo menos o anúncio de R$ 565 bilhões
Vandré Dubiela
- Da redação RuralNews
Publicado em 03/07/2024

Depois de ter sido adiado pelo governo federal, finalmente, foi feito o anúncio dos recursos do Plano Safra 2024/25. Serão R$ 400,59 bilhões de crédito a médio e grandes produtores. Pela manhã, o governo federal anunciou R$ 76 bilhões para a agricultura familiar.

O setor aguardava pelo menos o anúncio de R$ 565 bilhões. Acabou frustrado.

Logo o encerramento da solenidade, representantes dos setores produtivos se manifestaram sobre o volume de recursos. Um dos primeiros a torcer o nariz para os valores foi o diretor técnico da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Bruno Lucchi. “Inicialmente, é preciso ressaltar o esforço do ministro [Carlos Fávaro] na defesa de um plano que tivesse um volume maior de recurso”, disse o representante da CNA, acrescentando: “O volume de recursos divulgado está muito abaixo daquilo que o setor esperava. A CNA projetou um aumento de 30% somando a agricultura familiar e a empresarial”.

O montante anunciado representa um aumento de 10% em relação aos repasses anteriores. Os produtores rurais podem contar com mais R$ 108 bilhões em recursos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), para emissões de Cédulas do Produto Rural (CPR), que serão complementares aos incentivos do novo Plano Safra. No total, são R$ 508,59 bilhões para o desenvolvimento do agro nacional.

Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em 18 meses de governo, em meio a crises climáticas, quebra da safra e preços achatados o setor cresceu 15%, a maior evolução entre todas as atividades econômicas do País. Fávaro também citou que o custo de produção, denro de uma média ponderada, caiu 23% nos últimos dois anos.

A FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) foi uma das primeiras entidades do setor a se manifestar sobre o anúncio do governo federal. Em nota, ela disse que a maior parte das linhas de investimento permanece com taxas elevadas, apesar do apelo das principais entidades do setor produtivo brasileiro.

“Nos preocupam essas taxas de juros, que variam de 8% a 12%. Havíamos solicitado que a taxa máxima fosse de 9% para algumas linhas de investimento, aquelas que têm maior prazo para pagamento. As taxas acima de dois dígitos não incentivam que o produtor faça novos investimentos”, problematiza Ana Paula Kowalski, técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR.


COMENTÁRIOS

Sobre o autor Vandré Dubiela

Com mais de três décadas dedicadas ao jornalismo, iniciou a carreira no Jornal O Paraná, de Cascavel, passando pelas principais editorias. Conta com textos e fotografias publicados nos principais meios de comunicação nacional, entre os quais a Folha de São Paulo, Estado de S. Paulo, Gazeta do Povo e Revista Grid. Atuou ainda como produtor da TV Tarobá, afiliada da Band e como editor de portais de notícias. Também é autor do livro AREAC 50 anos – Pioneirismo na defesa e na valorização da agronomia paranaense. Nos últimos anos, se especializou em agronegócio, produzindo reportagens e artigos do gênero, inclusive trabalhos dedicados à OCEPAR (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná).
TAGS:

Assine nossa NEWSLETTER
Notícias diárias no seu email!
Destaques
Assine nossa NEWSLETTER
Notícias diárias no seu email!
Ao continuar com o cadastro, você concorda com nossos termos de privacidade e consentimento da nossa Política de Privacidade.