Índice de Preços ao Produtor registra variação de -0,20% em agosto
IPP registra -0,20% em agosto de 2025 com queda nos preços da indústria e desaceleração em diversos setores
Setor de alimentos e bens de consumo lideram recuo no Índice de Preços ao Produtor em agosto. Foto: Canva
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou variação de -0,20% em agosto de 2025, na comparação com julho. Esse foi o sétimo resultado negativo consecutivo, indicando uma desaceleração contínua nos preços da indústria. Entre as 24 atividades industriais analisadas, 12 apresentaram queda nos preços. Dessa forma, o cenário industrial segue pressionado pela retração de diferentes setores.
No acumulado do ano, o índice caiu -3,62%, enquanto a variação em 12 meses ficou positiva, com 0,48%. Para efeito de comparação, em agosto de 2024, o IPP havia registrado alta de 0,66%. Além disso, o indicador mede os preços “na porta de fábrica”, sem incluir impostos e fretes, abrangendo as grandes categorias econômicas da indústria de transformação e extrativa.
Em agosto, os setores que mais influenciaram o resultado foram perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-1,66%), madeira (-1,59%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-1,59%) e papel e celulose (-1,42%). Consequentemente, essas variações refletiram diretamente no comportamento do índice no mês.
Setor de alimentos lidera a influência negativa
Segundo o IBGE, o setor de alimentos foi o principal responsável pela influência negativa no resultado agregado de agosto, respondendo por -0,11 ponto percentual (p.p.) da variação total de -0,20%. Além dele, outros produtos químicos (-0,08 p.p.), indústrias extrativas (-0,06 p.p.) e papel e celulose (-0,04 p.p.) também contribuíram para a retração do índice. Nesse contexto, o setor de alimentos demonstra grande relevância para o comportamento geral do IPP.
No acumulado de 2025, o IPP apresenta queda de -3,62%, o segundo menor valor registrado para um mês de agosto desde 2014. Em comparação, em 2024, a taxa acumulada até agosto havia sido positiva, em 4,82%. Por outro lado, entre as atividades com maiores variações no acumulado do ano, destacam-se indústrias extrativas (-13,99%), metalurgia (-11,50%), impressão (8,62%) e madeira (-7,99%).
Bens de consumo e intermediários puxam retração da indústria
Entre as grandes categorias econômicas, o resultado de agosto foi o seguinte: bens de capital variaram 0,38%, bens intermediários recuaram -0,14% e bens de consumo caíram -0,40%. Dentro deste último grupo, os bens de consumo duráveis tiveram alta de 0,27%, enquanto os semiduráveis e não duráveis recuaram -0,53%.
Com peso de 38,11% na composição do índice geral, os bens de consumo exerceram a principal influência negativa, contribuindo com -0,15 p.p. para a variação de -0,20%. Já os bens intermediários responderam por -0,08 p.p., e os bens de capital tiveram impacto positivo de 0,03 p.p. Portanto, a retração da indústria em agosto é puxada principalmente pelos bens de consumo e intermediários. Enquanto isso, os bens de capital ainda apresentam leve efeito positivo.




