Açúcar 23-12-2025 | 17:47:00

Açúcar tem oferta restrita, mas preços fecham 2025 em forte queda

Mesmo com disponibilidade limitada e exportações elevadas, cotações recuaram no mercado interno e externo ao longo do ano

Por: Redação RuralNews

Em janeiro, o Indicador CEPEA/ESALQ iniciou o ano cotado a R$ 154,98 por saca de 50 quilos. No entanto, com o início da moagem da safra 2025/26, em abril, os preços passaram a recuar de forma consistente. No começo da safra, a média do Indicador caiu para R$ 141,36 por saca. Ao longo dos meses seguintes, a trajetória de queda se intensificou, até atingir R$ 105 por saca no fim de novembro, o menor valor nominal desde abril de 2021.
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Apesar da desvalorização, a queda dos preços não refletiu excesso de oferta. Segundo pesquisadores do Cepea, a disponibilidade do produto permaneceu limitada durante todo o ano. Essa restrição foi ainda mais evidente no caso do açúcar de melhor qualidade, como o Icumsa 150, que seguiu direcionado, em grande parte, ao mercado externo.
Preços do açúcar recuaram em 2025 mesmo com oferta limitada e forte participação do Brasil no comércio internacional. Foto: Canva


Exportações seguem firmes, mas receita diminui



Mesmo com preços mais baixos, o volume exportado pelo Brasil manteve-se elevado. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país embarcou 30,86 milhões de toneladas de açúcar entre janeiro e novembro de 2025. Esse volume ficou praticamente estável em relação ao ciclo anterior e manteve a participação brasileira próxima de 50% do comércio global.

Ainda assim, a receita com as vendas externas caiu de forma significativa. Em novembro, o preço médio de exportação foi de US$ 377,20 por tonelada, o que representa uma queda de 21% em comparação com o mesmo mês de 2024. Assim, mesmo com volumes robustos, o faturamento foi pressionado pela desvalorização internacional.

Mercado interno ganha competitividade



Outro ponto destacado pelos pesquisadores do Cepea foi a manutenção do prêmio do mercado doméstico em relação às exportações. Em setembro, por exemplo, o mercado spot paulista remunerava 9,17% acima das vendas externas, já considerando os custos de fobização e o câmbio vigente.

Diante desse cenário, as usinas passaram a priorizar o abastecimento interno. Essa estratégia ajudou a sustentar o mercado doméstico, mesmo em um ambiente de preços em queda. Ainda assim, o movimento não foi suficiente para reverter a tendência de desvalorização observada ao longo de 2025.

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Texto publicado originalmente em Destaque
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