Abelhas 24-03-2022 | 13:29:00

Abellhas sem ferrão atraem a atenção de produtores

SENAR-SP oferece curso de meliponicultura; criação, comercialização de produtos e turismo rural são abordados no conteúdo da atividade, realizada por intermédio dos Sindicatos Rurais

Por: Federacao da Agricultura do EStado de Sao Paulo

Demanda local e descobertas
Lucas de Melo Santos, coordenador de cursos do SENAR-SP em São Roque, conta que a demanda pelo treinamento partiu da comunidade. “Em 2021 o curso foi solicitado por produtores de Araçariguama, cidade vizinha a São Roque. Eram pessoas que não conheciam a abelha sem ferrão e nos procuraram para aprender a lidar com elas”, explica.
Receios, desconhecimento e aprendizado informal marcam a trajetória prévia de alguns produtores em relação às abelhas sem ferrão. “Havia o pessoal que já tinha abelhas, mas que aprenderam tudo no YouTube. Com o curso no Sindicato, eles adquiriram o conhecimento para tratar melhor, dar alimentação, fazer as caixas onde elas criam as colônias”, observa ele.
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Segundo Lucas, houve quem descobrisse no curso que já conhecia de vista estas abelhas. “Dois alunos até então não tinham noção de que tinham a abelha sem ferrão em casa. Achavam que fosse vespa ou algo do tipo, porque elas vivem em buracos, não em colmeias. Por isso, eles acabavam até matando-as, sem saber que se tratava de uma espécie rara. Eles ficaram chateados com o erro”, conta.


Conteúdo do curso
A posse do conhecimento é um divisor de águas, sobretudo quando se trata de espécies não tão conhecidas e com grande valor ambiental. O potencial de negócios das abelhas sem ferrão também é grande, com diversos pontos positivos para o produtor. As espécies não demandam cuidados intensivos, e a construção dos meliponários é de baixo investimento. O risco de acidentes também é baixo, sendo uma boa alternativa para a produção familiar. Entre as utilizações econômicas da produção, estão a venda de mel, cera, própolis e pólen. Iniciativas de turismo rural também têm a ganhar com a criação de abelhas sem ferrão, por se tratar de uma espécie nativa que se presta a ações educativas.


Esses e outros conteúdos são abordados no curso. Os alunos estudam a legislação do setor, aspectos biológicos das abelhas – como ciclo de vida, organização familiar, comunicação e reprodução –, conhecem os produtos da meliponicultura e como obtê-los por meio da criação. Os instrutores ensinam a instalar um meliponário, incluindo o povoamento, manejo e alimentação das abelhas. A produção de mel é objeto de um módulo próprio, com lições sobre colheita, conservação e comercialização.


Segundo o coordenador do SR de São Roque, a turma se reuniu no método “boca a boca” e continua unida até hoje. “A divulgação foi espontânea, na conversa. No curso todos estavam bem empenhados, e agora montamos um grupo virtual para dar continuidade ao acompanhamento as abelhas dos alunos. O instrutor também sempre está à disposição para sanar as dúvidas”, completa.

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